4
capacidade que a economia brasileira apresenta de
absorver revés no cenário internacional, devido à
situação robusta de seu balanço de pagamentos e ao
ambiente com expectativas de inflação ancoradas e
perspectiva de recuperação econômica.
13. Os membros do Comitê destacaram também a
diminuição de incertezas no âmbito doméstico, que
produziu redução dos prêmios de risco embutidos nos
preços de ativos brasileiros. Essa diminuição de
incertezas contribuiu para redução do grau de
assimetria no balanço de riscos para a inflação. Não
obstante essa melhora, os membros do Copom
concluíram que os riscos altistas para a inflação seguem
com maior peso em seu balanço de riscos.
14. Os membros do Copom analisaram a trajetória da
inflação nos próximos meses. Essa trajetória deverá
produzir elevação da inflação acumulada em doze
meses, até atingir um pico por volta do segundo
trimestre de 2019. A partir de então, a inflação
acumulada em 12 meses deverá recuar ao longo do
resto de 2019, em direção à meta.
15. No que tange à inflação subjacente, nos últimos
meses suas diversas medidas se elevaram a partir de
níveis considerados baixos, atingindo níveis que o
Comitê julga apropriados – ou seja, de modo geral
consistentes com as metas para a inflação. Ajustes de
preços relativos parecem ter contribuído para elevar a
inflação para níveis compatíveis com as metas em
contexto com expectativas ancoradas, o que não
deveria constituir risco para a manutenção da inflação
nesses níveis após concluídos os referidos ajustes.
Entretanto, os membros do Comitê reforçaram a
importância de acompanhar a evolução da trajetória
prospectiva da inflação no médio e longo prazos, além
da ancoragem das expectativas de inflação, visando
avaliar o possível impacto mais perene de choques
recentes sobre a inflação (i.e., seus efeitos
secundários).
16. Na sequência, os membros do Copom debateram a
conveniência de manter em seus documentos oficiais a
mensagem sobre princípios de condução da política
monetária diante de choques de preços relativos num
regime de metas para a inflação com expectativas
ancoradas. O Copom tem comunicado que, nesse
contexto, eventuais choques que produzam ajustes de
preços relativos devem ter apenas seus efeitos
secundários combatidos pela política monetária. Tem
destacado, também, que sua reação a possíveis
mudanças de preços relativos será simétrica, ou seja, a
política monetária seguirá os mesmos princípios tanto
diante de choques inflacionários (como no caso de
choques que produzam depreciação cambial) quanto
desinflacionários (como no caso de um choque
favorável nos preços de alimentos). Ponderaram que já
deveria estar claro que não há relação mecânica entre
choques que produzam ajustes de preços relativos e a
política monetária. Concordaram, portanto, em excluir
essa mensagem a partir de sua próxima reunião, com o
entendimento que isso não deveria ser interpretado
como mudança de sua forma de condução da política
monetária.
17. Os membros do Comitê discutiram também o grau
de repasse cambial na economia brasileira. Avaliaram
que, com exceção de alguns preços administrados, o
nível de repasse tem se mostrado contido. Ponderaram,
entretanto, que a intensidade do repasse de
movimentos no câmbio para a inflação depende de
vários fatores, como, por exemplo, do nível de
ociosidade da economia e da ancoragem das
expectativas de inflação. O Comitê continuará
acompanhando diferentes medidas de repasse cambial,
inclusive para medidas de inflação subjacente.
18. Os membros do Comitê avaliaram que a conjuntura
econômica com expectativas de inflação ancoradas,
medidas de inflação subjacente em níveis apropriados,
projeções de inflação próximas da meta para 2019 e
2020 e elevado grau de ociosidade na economia ainda
prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com
taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Embora
estimativas dessa taxa envolvam elevado grau de
incerteza, os membros do Comitê manifestaram
entendimento de que as atuais taxas de juros reais ex-
ante têm efeito estimulativo sobre a economia.
19. Os membros do Copom debateram também as
condicionalidades que prescreveriam política
monetária estimulativa. Todos concordaram que o grau
de estímulo adequado depende das condições da
conjuntura, em particular, das expectativas de inflação,
da capacidade ociosa na economia, do balanço de riscos
e das projeções de inflação. Em especial, a provisão de
estímulo monetário requer ambiente com expectativas
de inflação ancoradas. O Comitê avaliou que esse
estímulo deve ser removido gradualmente caso o
cenário prospectivo para a inflação no horizonte
relevante para a política monetária e/ou seu balanço de
riscos apresentem piora.
20. O Copom reitera sua visão de que a continuidade
do processo de reformas e ajustes necessários na
economia brasileira é essencial para a queda da sua
taxa de juros estrutural, cujas estimativas serão
continuamente reavaliadas pelo Comitê.
21. Na sequência, os membros do Copom avaliaram a
decisão de política monetária adequada, tendo em vista
a evolução do cenário básico e do balanço de riscos
desde sua reunião em setembro (217ª reunião). Todos
concluíram pela manutenção da taxa Selic em 6,50%
a.a.
22. O Copom debateu, então, a conveniência de
sinalização sobre a evolução futura da política
monetária. Não obstante a redução do grau de