NOTA PARA A IMPRENSA - 25.1.2011 I - Balanço de pagamentos - Dezembro de 2010 O balanço de pagamentos registrou superávit de US$2,8 bilhões, em dezembro, e de US$49,1 bilhões em 2010. As transações correntes apresentaram déficit de US$3,5 bilhões no mês. No ano, o resultado em conta corrente foi deficitário em US$47,5 bilhões, equivalente a 2,28% do PIB, comparativamente a déficit de US$24,3 bilhões, 1,52% do PIB, em 2009. Em dezembro, a conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$6,4 bilhões, com destaque para os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), US$15,4 bilhões, que acumularam US$48,5 bilhões no ano, representando 2,33% do PIB. No mês, a conta de serviços foi deficitária em US$2,9 bilhões, comparativamente a déficit de US$2 bilhões em dezembro do ano anterior. Em 2010, a conta serviços registrou saídas líquidas de US$31,1 bilhões, acréscimo de 61,4% na comparação com 2009. A conta de viagens internacionais apresentou déficits de US$1,1 bilhão, no mês, e de US$10,5 bilhões, no ano, com receitas e despesas alcançando valores anuais de US$5,9 bilhões e de US$16,4 bilhões, respectivamente. As despesas líquidas com transportes somaram US$415 milhões em dezembro, acumulando déficit de US$6,4 bilhões no ano, ante US$3,9 bilhões observados em 2009. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos atingiram US$1,4 bilhão no mês e US$13,7 bilhões no ano, elevação de 45,7% em relação a 2009. As remessas líquidas de royalties e licenças somaram US$270 milhões no mês e US$2,5 bilhões no ano, acréscimo de 18%, comparativamente ao ano anterior. O déficit em serviços de computação e informações atingiu US$372 milhões em dezembro e US$3,3 bilhões no ano, 27,4% superior ao resultado de 2009. Os outros serviços registraram ingressos líquidos de US$682 milhões, no mês, e de US$7,7 bilhões em 2010, ante US$7,2 bilhões em 2009. As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$6,2 bilhões no mês, redução de 3,2% na comparação com dezembro de 2009, acumulando US$39,6 bilhões no ano, 17,4% acima do montante registrado em 2009. Em dezembro, as saídas líquidas de renda de investimento direto somaram US$4,9 bilhões, dos quais US$4,5 bilhões relativos a lucros e dividendos. As remessas líquidas de renda de investimento em carteira totalizaram US$971 milhões, dos quais US$869 milhões referentes a remessas líquidas de lucros e dividendos e US$102 milhões a juros de títulos de renda fixa. As remessas líquidas de rendas de outros investimentos somaram US$461 milhões em dezembro. No ano, os pagamentos líquidos de juros, em todas as modalidades, alcançaram US$9,7 bilhões, aumento de 6,8% na comparação com 2009, evidenciando redução das receitas, de US$6,9 bilhões, em 2009, para US$5,9 bilhões, em 2010. As remessas totais líquidas de lucros e dividendos somaram US$30,4 bilhões em 2010, com acréscimo de 20,4% na comparação com o ano anterior. No mês, as transferências unilaterais acumularam ingressos líquidos de US$309 milhões, somando no ano US$2,8 bilhões, 14,7% inferiores ao resultado de 2009. Os investimentos brasileiros diretos no exterior somaram, em dezembro, aplicações líquidas de US$4,7 bilhões, acumulando US$11,5 bilhões, em 2010, compreendendo US$26,8 bilhões em aquisição líquida de participação no capital de empresas no exterior e amortizações líquidas de empréstimos de intercompanhias de US$15,3 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos registraram ingressos líquidos de US$15,4 bilhões em dezembro. Em 2010, os fluxos líquidos de IED alcançaram o valor recorde de US$48,5 bilhões, com elevação de 86,8% na comparação com o resultado do ano anterior. A participação no capital de empresas no País, incluídas as conversões em investimentos, somou ingressos líquidos de US$40,1 bilhões, enquanto os empréstimos intercompanhias totalizaram US$8,3 bilhões, no ano. Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$6,1 bilhões no mês. Em 2010, os ingressos líquidos na rubrica totalizaram US$67,8 bilhões, comparativamente a US$46,2 bilhões, no ano anterior. Os investimentos estrangeiros em ações totalizaram US$2 bilhões no mês. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no País registraram saídas líquidas de US$206 milhões. Os bônus negociados no exterior totalizaram amortizações líquidas de US$452 milhões, incluindo ágios de US$111 milhões pagos em operações de recompra. Os investimentos em notes e commercial papers apresentaram ingressos líquidos de US$3,4 bilhões no mês, acumulando ingressos líquidos de US$13,7 bilhões em 2010. Os ingressos líquidos de títulos de curto prazo somaram US$1,3 bilhão, em dezembro, comparados a US$111 milhões no mês anterior. No ano, os títulos de curto prazo acumularam ingressos líquidos de US$5,4 bilhões, comparados a saídas líquidas de US$567 milhões em 2009. Os outros investimentos brasileiros no exterior resultaram em aplicações líquidas de US$6,3 bilhões em dezembro e de US$51,5 bilhões no ano, compreendendo a concessão líquida de empréstimos de curto prazo, US$45,4 bilhões; a constituição no exterior de ativos dos demais setores, US$6,2 bilhões; e a redução de depósitos de bancos brasileiros no exterior, US$1,3 bilhão. Os outros investimentos estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$1,4 bilhão em dezembro e de US$49,2 bilhões no ano. O crédito comercial de fornecedores registrou amortizações líquidas de US$2 bilhões, constituídas quase que exclusivamente de operações de curto prazo. Em 2010, houve desembolsos líquidos de US$7,3 bilhões na rubrica, compreendendo ingressos líquidos de US$7,8 bilhões relativos às operações de curto prazo. Em dezembro, os empréstimos de médio e longo prazos dos demais setores apresentaram ingressos líquidos de US$3,3 bilhões, e de US$40,8 bilhões, no ano, compostos por desembolsos líquidos de empréstimos diretos, US$6,2 bilhões; de compradores, US$4,8 bilhões; de organismos, US$4,3 bilhões; e de agências, US$3,8 bilhões. Os empréstimos de curto prazo somaram amortizações líquidas de US$368 milhões, em dezembro, enquanto, no ano, esses empréstimos alcançaram desembolsos líquidos de US$21,7 bilhões, comparativamente às amortizações líquidas de US$2,2 bilhões, ocorridas em 2009. II - Reservas internacionais As reservas internacionais somaram US$288,6 bilhões, em dezembro, tendo crescido US$3,1 bilhões em relação ao estoque apurado no mês anterior. No mês, a autoridade monetária comprou liquidamente US$2,1 bilhões no mercado doméstico de câmbio. Ocorreram, ainda, receitas de US$431 milhões com a remuneração das reservas, enquanto as demais operações externas, principalmente aquelas relacionadas a variações de preços e de paridades, elevaram o estoque em US$570 milhões. III - Dívida externa Em dezembro, a dívida externa total estimada somou US$255,7 bilhões, valor US$9,9 bilhões superior à posição estimada do mês anterior. A dívida externa de longo prazo aumentou US$7,6 bilhões, atingindo US$198,7 bilhões, enquanto a dívida de curto prazo cresceu US$2,3 bilhões, totalizando US$56,9 bilhões. Relativamente à dívida externa de longo prazo, em dezembro, observou-se desembolso líquido em suas principais rubricas, notadamente em Notes, US$3,5 bilhões; organismos, US$2,3 bilhões; e buyers, US$1,4 bilhão. Em sentido contrário, destacou-se a amortização de US$341 milhões verificada em bônus, resultado do programa de recompras do Tesouro Nacional. A variação por paridades elevou o estoque da dívida externa de longo prazo em US$910 milhões. O aumento de US$2,3 bilhões da dívida externa de curto prazo concentrou-se em empréstimos de empresas não financeiras.