NOTA PARA A IMPRENSA - 24.3.2004 I - Balanço de pagamentos - Fevereiro de 2004 Em fevereiro, o balanço de pagamentos registrou déficit de US$306 milhões. As transações correntes apresentaram superávit de US$196 milhões, e a conta financeira registrou saídas líquidas de US$1,1 bilhão. A balança comercial apresentou superávit de US$2 bilhões, e os investimentos estrangeiros diretos líquidos no País somaram US$1 bilhão. Os gastos líquidos com serviços somaram US$200 milhões em fevereiro, retração de 30,9% em relação a fevereiro de 2003. As despesas líquidas com transportes mantiveram-se praticamente inalteradas, US$137 milhões. As viagens internacionais apresentaram receita líquida de US$95 milhões, mais que o dobro do observado no mesmo mês do ano anterior. Destacaram-se ainda os gastos líquidos com aluguel de equipamentos, US$114 milhões, royalties e licenças, US$106 milhões, e computação e informação, US$104 milhões. As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$1,8 bilhão, aumento de 47,7% em relação a fevereiro de 2003. As remessas líquidas de renda de investimento direto mantiveram-se praticamente estáveis, e somaram US$267 milhões. As remessas líquidas de lucros e dividendos reduziram-se de US$239 milhões para US$179 milhões, e os pagamentos líquidos de juros entre empresas ligadas cresceram de US$24 milhões para US$88 milhões. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira elevaram-se 103,9%, devido em maior parte ao incremento nas remessas líquidas de lucros e dividendos, de US$22 milhões para US$406 milhões, e em menor grau à elevação de pagamentos de juros, de US$507 milhões para US$672 milhões. As remessas líquidas de renda de outros investimentos registraram US$488 milhões, aumento de 8,2% em relação a fevereiro de 2003. Os investimentos estrangeiros diretos líquidos no País somaram US$1 bilhão, crescimento de 29,9% em relação a fevereiro do ano anterior. Os investimentos líquidos para participação no capital de empresas no País, incluídas conversões em investimentos, atingiram US$1,2 bilhão, aumento de US$790 milhões. Os empréstimos intercompanhias registraram amortizações líquidas de US$168 milhões, ante ingressos líquidos de US$387 milhões em fevereiro de 2003. Os investimentos estrangeiros em carteira registraram desembolsos líquidos de US$944 milhões em fevereiro. Os investimentos líquidos em ações somaram US$597 milhões, dos quais US$490 milhões negociados no mercado interno e US$107 milhões em colocações de ADR. As colocações líquidas de títulos somaram US$347 milhões, com colocações líquidas de US$100 milhões de bônus privados e de US$202 milhões de notes e commercial papers. Outros investimentos brasileiros no exterior somaram saídas líquidas de US$2,3 bilhões, dos quais US$2,2 bilhões relativos a aumento de depósitos de bancos brasileiros no exterior. Outros investimentos estrangeiros somaram amortizações líquidas de US$784 milhões. O crédito comercial de fornecedores registrou amortizações líquidas de US$225 milhões, dos quais US$114 milhões de longo prazo e US$112 milhões de curto prazo. Os empréstimos de longo prazo somaram amortizações líquidas de US$430 milhões. Houve pagamentos líquidos de US$197 milhões a organismos, US$26 milhões a agências e US$252 milhões a compradores, e desembolsos líquidos de US$45 milhões na forma de empréstimos diretos. Os empréstimos de curto prazo registraram amortizações líquidas de US$131 milhões. II - Reservas internacionais As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$53 bilhões em fevereiro de 2004, reduzindo-se US$302 milhões frente ao estoque do mês anterior. No mesmo período, ocorreram compras de US$7 milhões da Autoridade Monetária no mercado doméstico de câmbio. Dentre as operações externas, destacaram-se o pagamento de juros de US$329 milhões ao FMI, sendo US$327 milhões relativos ao Programa de Assistência Financeira e US$2 milhões referentes a juros sobre alocações, além da receita de juros de US$92 milhões referente à remuneração das reservas. As demais operações externas geraram despesa líquida de US$71 milhões. III - Dívida externa A dívida externa brasileira totalizou US$215 bilhões em dezembro de 2003, 2,2% menor do que em setembro do mesmo ano, e 2% acima da posição de dezembro de 2002. Desse total, 90,6% corresponderam à dívida de médio e longo prazo e 9,4% à dívida de curto prazo. O setor público não financeiro representou 55,7% do total (US$119,8 bilhões), enquanto a dívida privada e a pública financeira (US$95,1 bilhões), 44,3%. No último trimestre de 2003, a dívida externa de médio e longo prazo, US$194,7 bilhões, apresentou redução de US$6,1 bilhões, resultado, em grande parte, de pagamentos do setor público não financeiro, com destaque para os pagamentos de parcelas dos Bradies, US$398 milhões, em outubro, e os pagamentos ao FMI, US$6,3 bilhões, ao BID, US$440 milhões, e ao Clube de Paris, US$487 milhões, esses em dezembro. Quanto aos desembolsos no período, o destaque foi o lançamento do bônus Global 10, de US$1,5 bilhão. No curto prazo, o aumento de US$2,3 bilhões nas obrigações em moedas estrangeiras dos bancos comerciais, no trimestre, elevou a dívida ao final de dezembro para US$20,2 bilhões.