Sumário
Data: 26 e 27/11/2013
Local: Sala de reuniões do 8º andar (26/11) e do
20º andar (27/11) do Edifício-Sede do Banco Central do Brasil – Brasília – DF
Horário de início: 16h11 (26/11) e 16h55 (27/11)
Horário de término: 20h12 (26/11) e 20h07
(27/11)
Presentes:
Membros do Copom
Alexandre Antonio Tombini
– Presidente
Aldo
Luiz Mendes
Altamir
Lopes
Anthero
de Moraes Meirelles
Carlos
Hamilton Vasconcelos Araújo
Luiz
Awazu Pereira da Silva
Luiz
Edson Feltrim
Sidnei
Corrêa Marques
Chefes de Departamento (presentes em 26/11)
Ariosto Revoredo de
Carvalho – Departamento das Reservas Internacionais
Bruno Walter Coelho
Saraiva – Departamento de Assuntos Internacionais
Daso Maranhão
Coimbra– Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos
Eduardo José Araújo
Lima – Departamento de Estudos e Pesquisas (também presente em 27/11)
João Henrique de
Paula Freitas Simão – Departamento de Operações do Mercado Aberto
Renato Jansson Rosek
– Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais
Tulio José Lenti
Maciel – Departamento Econômico
Demais participantes (presentes em 26/11)
Gustavo Paul Kurrle –
Assessor de Imprensa
Lilian Carla dos Reis
Arquete – Chefe de Subunidade do Departamento Econômico
Otávio Ribeiro Damaso
– Chefe de Gabinete da Presidência
Os membros do Copom
analisaram a evolução recente e as perspectivas para a economia brasileira e
para a economia internacional, no contexto do regime de política monetária,
cujo objetivo é atingir as metas fixadas pelo governo para a inflação.
Evolução recente da
economia
1.
A
inflação medida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) foi de 0,57% em outubro, 0,02 pontos percentuais (p.p.)
abaixo da registrada em outubro de 2012. Dessa forma, a inflação acumulada em
doze meses recuou para 5,84% em outubro (5,45% até outubro de 2012), com os
preços livres aumentando 7,37% (6,23% até outubro de 2012), e os preços
administrados registrando a menor variação (1,01%) da série histórica iniciada
em 1994 (3,23% até outubro de 2012). Especificamente sobre preços livres, os
dos bens comercializáveis aumentaram 6,38% (4,00% até outubro de 2012), e os
dos bens não comercializáveis, 8,24% (8,27% até outubro de 2012). Os preços do
grupo alimentos e bebidas registraram inflação de 1,03% em outubro, acumulando
alta de 8,88% em doze meses (10,40% até outubro de 2012). Por sua vez, os
preços dos serviços aumentaram 8,74% em doze meses (7,99% até outubro de 2012).
Em síntese, a inflação de monitorados recua, a de não comercializáveis segue
elevada e a de comercializáveis em elevação.
2.
A
média das variações mensais das medidas de inflação subjacente, calculadas pelo
Banco Central, passou de 0,46% em setembro para 0,56% em outubro. Assim, a
variação acumulada em doze meses atingiu 6,28% (1,03 p.p.
acima da registrada até outubro de 2012). Especificamente, o núcleo do IPCA por
médias aparadas com suavização passou de 0,43% em setembro para 0,58% em
outubro; o núcleo por dupla ponderação, de 0,46% para 0,61%; o núcleo por
exclusão de monitorados e de alimentação no domicílio, de 0,52% para 0,60%; o
núcleo por médias aparadas sem suavização, de 0,40% para 0,52%; e o núcleo por
exclusão, que descarta dez itens de alimentação no domicílio, bem como
combustíveis, de 0,48% para 0,51%. O índice de difusão ficou em 67,7% em
outubro (ante 68,8% no mesmo mês do ano anterior).
3.
O Índice
Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avançou 0,63% em outubro,
após alta de 1,36% em setembro. Em doze meses o índice variou 5,46% (7,41% até
outubro de 2012). O principal componente do IGP-DI, o Índice de Preços ao
Produtor Amplo (IPA), variou 5,07% (7,92% até outubro de 2012). Na desagregação
segundo o estágio da produção, observou-se, em doze meses, alta de 2,79% nos
preços de matérias-primas brutas, de 6,49% nos preços de bens intermediários e
de 5,68% nos de bens finais. O Índice de Preços ao Consumidor
(IPC), segundo componente mais importante do IGP-DI, variou 5,36% em doze meses
até outubro (5,97% até outubro de 2012); e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC),
componente de menor peso no IGP-DI, 8,14% (7,47% até outubro de
2012),
em parte reflexo de preços de mão de obra, que variaram 9,87% no período. Por
sua vez, o Índice de Preços ao Produtor/Indústria de Transformação (IPP/IT),
calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aumentou
0,62% em setembro, acumulando alta de 5,86% em doze meses. O Copom avalia que
os efeitos do comportamento dos preços no atacado sobre a inflação para os
consumidores dependerão das condições atuais e prospectivas da demanda e das
expectativas dos formadores de preços em relação à trajetória futura da
inflação.
4.
O
Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) incorpora estimativa
para a produção mensal dos três setores da economia, bem como para impostos
sobre produtos, e constitui importante indicador coincidente da atividade
econômica. Considerando-se os dados ajustados sazonalmente, o IBC-Br permaneceu
inalterado em setembro, após crescimento de 0,1% em agosto. Já em relação ao
mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br aumentou 1,3% em agosto e 3,3% em setembro.
Em doze meses, o IBC-Br aponta crescimento de 2,5%. Já o indicador Purchasing Managers’ Index (PMI) composto
referente ao Brasil apontou intensificação da atividade econômica em outubro, quando
atingiu o maior nível desde fevereiro. Por sua vez, o Índice de Confiança do
Consumidor (ICC), da Fundação Getulio Vargas (FGV), avançou em novembro, de
acordo com a série livre de influências sazonais, revertendo parte do recuo
observado em outubro. Também a confiança do empresário industrial, medida pelo
Índice de Confiança da Indústria (ICI), apontou recuperação em novembro. No que se refere à
agricultura, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE,
projeta crescimento de 15,4% na produção de grãos em 2013, em relação a 2012.
5.
A
atividade fabril, após estabilidade em agosto, expandiu 0,7% em setembro, de
acordo com a série livre de influências sazonais, divulgada pelo IBGE. Assim, a
produção industrial em setembro foi 2,0% superior à observada em setembro de
2012 (avanço de 1,1% no acumulado em doze meses). A produção física entre
janeiro e setembro superou em 1,6% a registrada no mesmo período do ano
anterior, com destaque para a produção de veículos automotores, com expansão de
11,2%, bem como para refino de petróleo e produção de álcool, com 7,7%. O ritmo
da produção cresceu em 16 dos 27 ramos de atividade pesquisados, nessa mesma
base de comparação. O indicador PMI do setor industrial referente ao Brasil mostra
nova melhora em outubro. De acordo com dados divulgados pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real da indústria de transformação
cresceu 4,9% nos três primeiros trimestres do ano, comparativamente ao mesmo
período do ano anterior, e o número de horas trabalhadas cresceu 0,1%.
6.
Entre
as categorias de uso, de acordo com dados dessazonalizados pelo IBGE, a
produção de bens de capital cresceu 4,0% em setembro; a de bens de consumo
duráveis, 2,3%; a de bens intermediários permaneceu inalterada e a de bens de
consumo semiduráveis e não duráveis recuou 1,4%. No que se refere ao
crescimento acumulado em doze meses até setembro, houve avanço de 7,8% na
produção de bens de capital; de 3,1% na de bens de consumo duráveis; de 0,2% na
de bens de consumo semiduráveis e não duráveis; e de 0,1% na de bens
intermediários.
7.
A
taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas cobertas pela Pesquisa
Mensal de Emprego (PME), sem ajuste sazonal, recuou para 5,2% em outubro. Além
disso, de acordo com a série dessazonalizada pelo Banco Central, a taxa de
desocupação em outubro atingiu novamente o mínimo da série histórica iniciada
em 2002 (5,3%). Cabe notar que a redução da taxa de crescimento da População em
Idade Ativa (PIA) ao longo dos últimos anos tem contribuído para manutenção da
taxa de desocupação em patamares historicamente baixos. Adicionalmente, em
outubro, o contingente da população economicamente ativa representou 57,1% da
PIA (1,0 p.p. inferior ao observado em outubro de
2012). Ainda de acordo com a PME, o rendimento médio real habitual cresceu 1,8%
em outubro, comparado a igual mês do ano anterior, enquanto a massa salarial
real aumentou 1,4% na mesma base de comparação. Dados divulgados pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram criação de 95 mil postos de
trabalho formais em outubro (ante 67 mil em outubro de 2012). Em suma, dados
disponíveis indicam estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho,
embora existam alguns sinais de moderação na margem.
8.
De
acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE, o
volume de vendas do comércio varejista ampliado cresceu 7,5% em setembro, em
relação ao mesmo mês do ano anterior e o do comércio varejista restrito, 4,1%.
Ajustada sazonalmente, a variação mês a mês foi de -0,7% nas vendas do comércio
varejista ampliado e de 0,5% nas do comércio restrito. Em doze meses, a taxa de
crescimento do comércio ampliado foi de 4,9%, com expansão em todos os dez
segmentos pesquisados. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM), medido pela
FGV, registrou a terceira alta consecutiva em outubro, em função de melhoras
tanto na percepção da situação atual como nas expectativas. O Copom avalia que
a trajetória do comércio continuará sendo influenciada pelas transferências
governamentais, pelo ritmo de crescimento da massa salarial real e pela
expansão moderada do crédito.
9.
O
Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na
indústria de transformação, calculado pela FGV, sem ajuste sazonal, alcançou
85,5% em novembro (85,2% em novembro de 2012) e, na série dessazonalizada pela
FGV, 84,3%. A utilização da capacidade no setor de bens de capital, de acordo
com a série livre de influências sazonais, ficou em 82,8%. No setor de bens de
consumo, de bens intermediários e de materiais de construção, a utilização da
capacidade se posicionou em 84,7%, 85,4% e 91,4%, respectivamente. Por sua vez,
a absorção de bens de capital cresceu 8,0% no período de doze meses encerrado
em setembro.
10. O saldo da balança
comercial acumulado em doze meses recuou para US$218 milhões em outubro. Esse
resultado adveio de exportações de US$240,7 bilhões e de importações de
US$240,5 bilhões, com recuo de 2,3% e avanço de 7,1%, respectivamente, em
relação aos doze meses anteriores. Por sua vez, o deficit em transações correntes
acumulado em doze meses atingiu US$82,2 bilhões em outubro, equivalente a 3,7%
do PIB. Já os investimentos estrangeiros diretos totalizaram US$59,1 bilhões em
doze meses até outubro, equivalentes a 2,6% do PIB.
11. Na economia global,
ainda prevalece cenário de baixo crescimento neste ano em importantes economias
maduras, notadamente na Zona do Euro, mas, de modo geral, antecipa-se cenário
mais benigno para o próximo ano. Altas taxas de desemprego na Europa, aliadas à
consolidação fiscal e incertezas políticas, traduzem-se em recuo dos
investimentos e em baixo crescimento. Por outro lado, o indicador antecedente
composto, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), referente a setembro, e os indicadores coincidentes PMI,
referentes a outubro e novembro, apontam melhoras na margem em diversas
economias avançadas e emergentes, com perspectivas de crescimento compatíveis
com a tendência ou acima desta. Em relação à política monetária, nas economias
maduras prevalecem posturas acomodatícias. Nas economias emergentes, de modo
geral, a política monetária se apresenta expansionista. A inflação continua em
níveis moderados ou baixos nos EUA, na Zona do Euro e no Japão.
12. O preço do barril de
petróleo do tipo Brent esteve volátil
e aumentou ligeiramente desde a última reunião do Copom. Cabe ressaltar que a
complexidade geopolítica que envolve o setor de petróleo tende a acentuar o
comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa
previsibilidade de alguns componentes da demanda global e do fato de o
crescimento da oferta depender de projetos de investimentos de longa maturação
e de elevado risco. Desde a última reunião do Copom, os preços internacionais
das commodities agrícolas recuaram 4,0%,
enquanto os preços das commodities metálicas
aumentaram 1,7%. Por sua vez, o Índice de Preços de Alimentos, calculado pela
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), variou
-5,3% em doze meses até outubro de 2013.
Avaliação
prospectiva das tendências da inflação
13. Os choques
identificados, e seus impactos, foram reavaliados de acordo com o novo conjunto
de informações disponível. O cenário considerado nas simulações contempla as
seguintes hipóteses:
a) a projeção de reajuste no preço da
gasolina, para o acumulado de 2013, foi mantida em 5%, valor considerado na
reunião do Copom de outubro;
b) a projeção aponta recuo de aproximadamente
16% na tarifa residencial de eletricidade, mesmo valor considerado na reunião do
Copom de outubro. Essa estimativa leva em conta os impactos diretos das
reduções de encargos setoriais anunciadas, bem como reajustes e revisões
tarifárias ordinários programados para este ano;
c) projeta-se aumento de 2,5% no preço do gás
de bujão e redução de 1,0% na tarifa de telefonia fixa para o acumulado de
2013, mesmos valores considerados na reunião do Copom de outubro;
d) a projeção de reajuste, construída item a
item, para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, para
o acumulado de 2013, recuou para 1,2%, 0,3 p.p. menor
do que o valor considerado na reunião do Copom de outubro; e
e) a projeção de reajuste para o conjunto dos
preços administrados por contrato e monitorados, para o acumulado de 2014, foi
mantida em 4,5%, mesmo valor considerado na reunião do Copom de outubro. Essas projeções baseiam-se em modelos de
determinação endógena de preços administrados, que consideram, entre outras
variáveis, componentes sazonais, inflação de preços livres e inflação medida
pelo Índice Geral de Preços (IGP).
14. A trajetória estimada
para a taxa do swap pré-DI de 360
dias indica spread sobre a taxa
Selic, no cenário de referência, de 103 pontos base (p.b.) e 5 p.b. para o
quarto trimestre de 2013 e de 2014, respectivamente.
15. Considera-se como
indicador fiscal o superavit primário
estrutural que deriva das trajetórias de superavit
primário para 2013, conforme parâmetros estabelecidos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO)/2013; e, para 2014, conforme parâmetros constantes do
Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO)/2014. Dessa forma, em
determinado período, a projeção de inflação considera impulso fiscal a variação
do superavit estrutural em relação ao
observado no período anterior.
16. Desde a última
reunião do Copom, a mediana das projeções coletadas pelo Departamento de
Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin)
para a variação do IPCA em 2013 manteve-se em 5,82%. Para 2014, a mediana das
projeções de inflação reduziu-se de 5,95% para 5,92%.
17. O cenário de
referência leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em
R$2,30/US$ e da taxa Selic em 9,50% ao ano (a.a.) em todo o horizonte
relevante. Nesse cenário, a projeção para a inflação de 2013 diminuiu em
relação ao valor considerado na última reunião, porém, permanece acima da meta
de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado,
que leva em conta as trajetórias de câmbio e de juros coletadas pelo Gerin com analistas de mercado, no período imediatamente
anterior à reunião do Copom, a projeção de inflação para 2013 também diminuiu
em relação ao valor considerado na reunião de outubro e permanece acima da meta
para a inflação. Para 2014, a projeção se manteve estável no cenário de
referência e recuou no de mercado, em relação aos respectivos valores
considerados na reunião do Copom de outubro, posicionando-se, em ambos os
casos, acima da meta de 4,5%. Para o terceiro trimestre de 2015, nos dois
cenários, a inflação se posiciona acima da meta.
Implementação
da política monetária
18. O Copom avalia que a
política monetária deve contribuir para a consolidação de um ambiente
macroeconômico favorável em horizontes mais longos. Nesse sentido, reitera que,
no regime de metas para a inflação, orienta suas decisões de acordo com os
valores projetados para a inflação pelo Banco Central e com base na análise de
cenários alternativos para a evolução das principais variáveis que determinam a
dinâmica dos preços. O Comitê entende, também, que riscos baixos para a
inflação subjacente no curto prazo tendem a reduzir incertezas em relação ao
comportamento futuro da inflação plena, facilitam a avaliação de cenários por
parte da autoridade monetária, assim como auxiliam no processo de coordenação
de expectativas dos agentes econômicos, em particular, dos formadores de
preços. Note-se, adicionalmente, que riscos baixos para a inflação subjacente
no curto prazo tendem a potencializar os efeitos das ações de política
monetária, fazendo com que elas possam afetar de forma mais duradoura a
dinâmica da inflação plena no futuro. Embora reconheça que outras ações de
política macroeconômica podem influenciar a trajetória dos preços, o Copom
reafirma sua visão de que cabe especificamente à política monetária manter-se
especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes
mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos.
19. O Copom considera
que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global
permaneceram elevados, em particular, os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos.
Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos
mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo
permanece complexo. O Comitê avalia que, de modo geral, mantiveram-se
perspectivas de atividade global moderada este ano, com tendência de
intensificação ao longo do horizonte relevante para a política monetária. Há
avanços nas economias maduras, não obstante permanecer limitado o espaço para
utilização de política monetária e prevalecer cenário de restrição fiscal neste
e nos próximos anos. Já em importantes economias emergentes, o ritmo de
atividade não tem correspondido às expectativas, em que pese a resiliência da
demanda doméstica. O Comitê destaca evidências de acomodação dos preços de commodities nos mercados internacionais
bem como a ocorrência, desde a última reunião, de focos de tensão e de
volatilidade nos mercados de moeda.
20. O Copom pondera que o
cenário central contempla ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no
próximo ano. Informações recentes indicam retomada dos investimentos e
continuidade do crescimento do consumo das famílias, esse último favorecido
pelas transferências públicas e pelo vigor do mercado de trabalho – que se
reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos
salários. De modo geral, a absorção interna vem se expandindo a taxas maiores
do que as de crescimento do PIB e tende a ser beneficiada pelos efeitos de
ações de política fiscal, da expansão da oferta de crédito, do programa de
concessão de serviços públicos e do programa de permissão para exploração de petróleo,
entre outros fatores. No que se refere ao componente externo da demanda
agregada, o cenário central antecipa trajetória mais benigna do que a
registrada em anos recentes. No entanto, o Comitê nota que a velocidade de
materialização desses ganhos esperados depende do fortalecimento da confiança
de firmas e famílias.
21. O Copom observa que o
cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias
com as quais trabalha para as variáveis fiscais. Para o Comitê, criam-se
condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço
do setor público se desloque para a zona de neutralidade. O Comitê nota ainda
que a geração de superavit
primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções
de inflação, de um lado, contribuiria para arrefecer o descompasso entre as
taxas de crescimento da demanda e da oferta; de outro, contribuiria para criar
uma percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo
prazo.
22. O Copom destaca que o
cenário central também contempla expansão moderada do crédito. Ainda sobre esse
mercado, o Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar
concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.
23. No mercado de
fatores, o Copom destaca a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho
e pondera que, em tais circunstâncias, um risco significativo reside na
possibilidade de concessão de aumentos de salários incompatíveis com o
crescimento da produtividade e suas repercussões negativas sobre a inflação.
Não obstante sinais de moderação, o Comitê avalia que a dinâmica salarial
permanece originando pressões inflacionárias de custos.
24. O Copom avalia que a
depreciação e a volatilidade da taxa de câmbio verificadas nos últimos
trimestres ensejam uma natural e esperada correção de preços relativos. Para o
Comitê, esses movimentos nos mercados domésticos de divisas, em certa medida,
refletem perspectivas de transição dos mercados financeiros internacionais na
direção da normalidade, entre outras dimensões, em termos de liquidez e de
taxas de juros. Importa destacar ainda que, para o Comitê, a citada depreciação
cambial constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos. No
entanto, os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se
materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada
condução da política monetária.
25. O Copom pondera que a
elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses
contribui para que a inflação ainda mostre resistência. Nesse contexto,
inserem-se também os mecanismos formais e informais de indexação e a percepção
dos agentes econômicos sobre a dinâmica da inflação. Tendo em vista os danos
que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e
investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida
tempestividade, o mesmo seja revertido. Nesse contexto, o Copom entende ser
apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em
curso.
26. Diante disso, dando
prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na
reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic
para 10,00% ao ano, sem viés.
27. Votaram por essa decisão
os seguintes membros do Comitê: Alexandre Antonio Tombini (Presidente), Aldo
Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton
Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz
Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
28. O Copom avalia que a
demanda agregada tende a se apresentar relativamente robusta. De um lado, o
consumo das famílias tende a continuar em expansão, devido aos efeitos de
fatores de estímulo como o crescimento da renda e a expansão moderada do
crédito; de outro, condições financeiras favoráveis, concessão de serviços
públicos, ampliação das áreas de exploração de petróleo, entre outros, criam
boas perspectivas para os investimentos. O Comitê, entretanto, nota que ainda se apresenta como
fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional, em que
pese perspectivas de progresso no horizonte relevante. Esses elementos e os
desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de
ativos são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política
monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da
inflação para a trajetória de metas.
29. O Copom ressalta que
a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira,
indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos
riscos e deprimem os investimentos. Essas distorções se manifestam, por
exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas
e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários. O Comitê
enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de
salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o
consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o
potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de
renda.
30. O Copom destaca que,
em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente
vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como
o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a
política monetária. Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que a transmissão dos
efeitos das ações de política monetária para a inflação ocorre com defasagens.
31. Ao final da reunião,
foi registrado que o Comitê voltará a se reunir em 14 de janeiro de 2014, para
as apresentações técnicas, e no dia seguinte, para deliberar sobre a política
monetária, conforme estabelecido pelo Comunicado nº 24.064, de 12 de junho de
2013.
SUMÁRIO
DOS DADOS ANALISADOS PELO COPOM
32. O IPCA-15 variou
0,57% em novembro, ante 0,48% em outubro, de acordo com o IBGE. A aceleração
mensal refletiu os avanços de 0,07 p.p., para 0,66%, na variação dos preços
livres, e de 0,16 p.p., para 0,28%, na dos preços monitorados. A evolução dos
preços livres refletiu aceleração dos preços dos bens não comercializáveis, de
0,28% para 0,59%, com destaque para serviços, com variação de 0,63% ante 0,49%
no mês anterior, e desaceleração em produtos comercializáveis, de 0,94% para
0,73%. A aceleração mensal do IPCA-15 foi favorecida, principalmente, pelos
avanços de 0,08% para 0,39% nos preços do grupo transportes, com contribuição
de 0,07 p.p. para o índice, ante 0,02 p.p. em outubro, e de 0,70% para 0,84% no
grupo alimentação e bebidas, com contribuição de 0,21 p.p. ante 0,17 p.p. no
mês anterior. O índice de difusão atingiu 70,68% em novembro ante 65,75% em
outubro.
33. Considerados períodos
de doze meses, o IPCA-15 aumentou 5,78% em novembro, ante 5,75% em outubro. Os
preços livres aceleraram de 7,26% para 7,33%, reflexo da evolução de 8,22% para
8,40% na variação dos preços dos bens não comercializáveis, enquanto os preços
dos bens comercializáveis desaceleraram de 6,20% para 6,14%. A elevação dos
preços monitorados atingiu 0,93%, ante 1,01% no período de doze meses encerrado
em outubro. Os preços dos serviços aumentaram 8,70%, ante variações de 8,79% e
de 8,73% nos períodos de doze meses finalizados em outubro e setembro,
respectivamente.
34. O IGP-10 variou 0,44%
em novembro, após alta de 1,11% em outubro, de acordo com a FGV, resultado das
desacelerações do IPA e do INCC, e da aceleração do IPC. O indicador acumula
aumentos de 4,93% no ano, ante elevação de 6,75% no mesmo período de 2012, e de
5,59% em doze meses, comparativamente a 4,84% até outubro.
35. O IPA-10 avançou
0,40% em novembro, ante 1,48% em outubro, acumulando altas de 4,57% no ano e de
5,26% em doze meses. Os preços dos produtos industriais aumentaram 0,45% no
mês, ante 1,57% em outubro, acumulando altas de 7,12% no ano e de 7,59% em doze
meses. Os preços dos produtos agropecuários avançaram 0,27% em novembro, ante
1,24% no mês anterior, acumulando quedas de 1,64% no ano e de 0,45% em doze
meses. O desempenho mensal dos preços dos produtos industriais evidenciou o
aumento dos preços de minerais metálicos, 3,90%, com contribuição de 0,22 p.p.
para o índice. Em relação aos produtos agropecuários, ressaltem-se as variações
dos itens tomate, 48,77%; e suínos, 11,25%; exercendo contribuições de 0,08
p.p. e 0,07 p.p., respectivamente.
36. O IPC-10 variou 0,61%
em novembro, ante 0,33% em outubro, acumulando alta de 4,76% no ano, ante 5,05%
no mesmo período do ano anterior, e de 5,44% em doze meses. A aceleração do
IPC-10 em novembro repercutiu especialmente as elevações nos grupos
alimentação, 1,06%, ante 0,18% em outubro; habitação, 0,66%, ante 0,54%; e
saúde e cuidados pessoais, 0,59%, ante 0,40%; com contribuições respectivas de
0,26 p.p., 0,16 p.p. e 0,07 p.p. O INCC-10 variou 0,32% em novembro, ante 0,44%
em outubro, com desaceleração nos preços de materiais, equipamentos e serviços,
de 0,93% para 0,52%, e alta de 0,14% nos custos de mão de obra, ante
estabilidade no mês anterior. O INCC acumulou variações de 7,69% no ano e de
8,07% em doze meses.
37. O IPP/IT aumentou 0,62%
em setembro, ante 1,43% em agosto, acumulando variação de 4,91% no ano, ante
6,31% no mesmo período de 2012. O resultado mensal do IPP/IT refletiu,
principalmente, as elevações de 1,58%, 1,16%, 0,96% e 3,61%, nos preços dos
segmentos alimentos, coque, derivados do petróleo e biocombustíveis, outros
produtos químicos, e bebidas, com contribuições respectivas para o índice de
0,32 p.p., 0,13 p.p., 0,11 p.p., e 0,10 p.p. Em doze meses, o IPP/IT variou
5,86% em setembro, ante 5,92% em agosto, destacando-se as contribuições dos
itens alimentos, 1,15 p.p.; outros produtos químicos, 1,10 p.p.; e coque,
derivados do petróleo e biocombustíveis, 0,69 p.p.
38. O Índice Commodities – Brasil (IC-Br) recuou
2,67% em outubro, após declínio de 2,82% em setembro, ocorrendo quedas
respectivas de 2,83%, 2,03% e 2,78% nos segmentos de commodities agropecuárias, energéticas e metálicas. O IC-Br
acumulou retração de 2,07% no ano, até outubro, resultado de desvalorizações de
3,54% e 1,74%, na ordem, nas commodities
agropecuárias e metálicas, e de valorização de 4,07% no segmento de
energéticas.
39. O IBC-Br permaneceu
praticamente estável em setembro, variação de -0,01% em relação ao mês
anterior, considerados dados dessazonalizados. O indicador recuou 0,12% no
terceiro trimestre, ante o segundo, quando havia aumentado 0,84% no mesmo tipo
de comparação. Na série com dados observados, o IBC-Br variou 3,33%, em relação
a setembro de 2012, ante 1,32% em agosto, na mesma base de comparação, e
acumulou elevações de 2,82% no ano e de 2,49% no período de doze meses
finalizado em setembro.
40. As vendas do comércio
ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, recuaram 0,7% em
setembro em relação ao mês anterior, de acordo com dados dessazonalizados da
PMC do IBGE, após estabilidade em agosto e alta de 0,5% em julho. As vendas
aumentaram 0,2% no terceiro trimestre do ano, em relação ao segundo, quando
haviam crescido 1%, no mesmo tipo de comparação. Ocorreram elevações mensais
nas vendas de seis dos dez segmentos pesquisados, com destaque para outros
artigos de uso pessoal e doméstico, 2,4%; e artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 1,3%. Em oposição, ressalte-se a
retração nas vendas de veículos e motos, partes e peças, 5,1%. As vendas do
comércio varejista cresceram 0,5% em setembro, comparativamente ao mês
anterior, após altas de 0,9% em agosto e de 2,1% em julho, acumulando expansão
de 3,2% no trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho.
41. Considerados os dados
observados, as vendas do comércio ampliado apresentaram expansão interanual de
7,5% em setembro, com ênfase no crescimento de equipamentos e materiais para
escritório, informática e comunicação, 16,5%; outros artigos de uso pessoal e
doméstico, 14,8%; veículos e motos, partes e peças, 13,9%; artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 11,9%; e
material de construção, 10,1%. O comércio ampliado cresceu 4,8% no período de
doze meses encerrado em setembro, destacando-se o aumento das vendas de outros
artigos de uso pessoal e doméstico, 11,1%; artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 9,3%; e material de construção, 7,6%.
Na comparação interanual e no período de doze meses encerrado em setembro, o
comércio varejista cresceu 4,1% e 4,8%, respectivamente.
42. As vendas de
autoveículos pelas concessionárias, incluindo automóveis, comerciais leves,
caminhões e ônibus, atingiram 330,2 mil unidades em outubro, queda de 5,6% em
relação a setembro, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição
de Veículos Automotores (Fenabrave), dessazonalizados pelo Banco Central. Essas
vendas recuaram 5,7% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao
finalizado em julho, quando cresceram 2,2% no mesmo tipo de comparação.
Considerados períodos de doze meses, as vendas de autoveículos variaram -1,2%,
resultado da retração de 2,9% em automóveis. Em oposição, as vendas de ônibus,
caminhões e comerciais leves cresceram 11,7%, 9,1% e 2,5%, respectivamente.
43. O índice de quantum das importações de bens de
capital, divulgado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
(Funcex) e ajustado sazonalmente pelo Banco Central, aumentou 0,9% em outubro,
na comparação com o mês anterior. A análise dos dados observados indicou
crescimento de 2,4% em relação a outubro de 2012, de 3,5% no ano e de 2,1% no
intervalo de doze meses terminado em outubro.
44. A produção de bens de
capital cresceu 4% em setembro, acumulando expansão de 1,4% no terceiro trimestre
do ano, relativamente ao segundo, de acordo com dados dessazonalizados da
Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do IBGE. O resultado
mensal refletiu, sobretudo, o aumento da produção da indústria de equipamentos
de transporte, 7%; de bens de capital para construção, 4,4%; e de equipamentos
para fins industriais seriados, 4,1%. Em oposição, destacaram-se as retrações
de 4,2% e 3,8% nos segmentos de bens de capital para fins industriais não
seriados e para o setor de energia elétrica, respectivamente. Considerando
dados observados, a expansão de 24,1%, em relação a setembro de 2012,
repercutiu, especialmente, o crescimento da produção de bens de capital para
construção, 78,9%; de equipamentos agrícolas, 32,2%; de equipamentos de transporte,
23,8%; e de bens de capital para fins industriais seriados, 22,5%.
45. A produção de insumos
típicos da construção civil elevou-se 0,3% em setembro, retraindo 0,2% no
trimestre encerrado em setembro, em relação ao finalizado em junho,
considerando dados dessazonalizados. No acumulado em doze meses encerrados em
setembro, a produção do segmento cresceu 1,4%.
46. A produção física da
indústria geral aumentou 0,7% em setembro, em relação ao mês anterior, de
acordo com dados dessazonalizados do IBGE, após registrar estabilidade em
agosto. A indústria extrativa e a de transformação cresceram 0,8% e 0,5%,
respectivamente, no mês. Entre as categorias de uso, destaque para a produção
de bens de capital, que aumentou 4% em setembro, seguida pela expansão de 2,3% em
bens de consumo duráveis e pela estabilidade em bens intermediários. Em
oposição, a indústria de bens de consumo semi e não duráveis recuou 1,4% no
período analisado. Doze das 26 atividades da indústria de transformação
consideradas na pesquisa aumentaram, com destaque para a indústria de outros
equipamentos de transporte, 8,6%; perfumaria, sabões, detergentes e outros
produtos de limpeza, 8,4%; e veículos automotores, 6,2%; contrapondo-se às
retrações de 12,2% e 10,5% nas indústrias de edição, impressão e reprodução e
de vestuário, respectivamente. A produção da indústria declinou 1,4% no
terceiro trimestre do ano, ante o segundo, quando aumentara 0,9%, resultado de
variações de 2,2% na indústria extrativa e de -1,8% na de transformação.
Destacaram-se os aumentos das indústrias de diversos, 5,4%; de fumo, 4,7%; e de
produtos de metal, 3,3%; e as retrações das indústrias farmacêutica, 10,5%; de
máquinas de escritório e equipamentos de informática, 7,4%; de edição,
impressão e reprodução, 6,3%; e de veículos automotores, 4,6%. Considerados
dados observados, a produção física da indústria geral aumentou 2%, em relação
a setembro de 2012, refletindo elevações de 0,7% na indústria extrativa e de 2%
na de transformação, com destaque para a expansão de 24,1% da produção de bens
de capital, seguida pelos crescimentos respectivos de 1,5% e 0,4% nas
indústrias de bens de consumo duráveis e de bens intermediários, em
contraposição à retração de 1,6% da produção de bens de consumo semi e não
duráveis. A elevação de 0,8% registrada no trimestre encerrado em setembro, em
relação a igual período do ano anterior, decorreu, sobretudo, do crescimento de
15,9% da indústria de bens de capital, enquanto a alta de 1,1% no período de
doze meses encerrado em setembro foi motivada, principalmente, pelas expansões
respectivas de 7,8% e 3,1% nas indústrias de bens de capital e de consumo
duráveis.
47. O Nuci
da indústria de transformação atingiu 84,1% em outubro, queda de 0,1 p.p. em
relação ao observado em setembro, segundo dados dessazonalizados pela FGV.
Ocorreram retrações de 1,1 p.p. na indústria de bens intermediários e de 0,6
p.p. na de bens de capital; e elevações de 1,9 p.p. na indústria de bens de
consumo duráveis, de 0,8 p.p. na de material de construção, e de 0,7 p.p. na de
bens de consumo não duráveis. Considerada a série observada, o Nuci apresentou retração de 0,1 p.p. em relação a outubro
de 2012, atingindo 85,3%, resultado das reduções de 3,8 p.p. em bens de consumo
duráveis e 0,1 p.p. em bens intermediários, e das elevações respectivas de 2,9
p.p., 0,8 p.p., e 0,4 p.p. nos segmentos de material de construção, bens de
capital e bens de consumo não duráveis.
48. A produção de
autoveículos atingiu 323,8 mil unidades em outubro, redução de 8,3% em relação
a setembro, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea), dessazonalizados pelo Banco Central. No
trimestre encerrado em outubro, a produção de autoveículos cresceu 1,9% em
relação ao trimestre finalizado em julho, quando aumentara 4,5%, no mesmo tipo
de comparação. Considerando dados observados, a produção expandiu 0,5% em
relação a outubro de 2012, 12,4% no acumulado do ano e 11,3% no período de doze
meses encerrado em outubro.
49. Ainda segundo a
Anfavea, o licenciamento de autoveículos nacionais declinou 2,8% em relação a
setembro e 4,9% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com dados
dessazonalizados pelo Banco Central. Considerados dados observados, houve
variações de -4,9% em relação a outubro de 2012, de 2,2% no acumulado do ano e
de 3,4% em doze meses. As exportações de autoveículos montados somaram 51,8 mil
unidades em outubro, aumentando 22,9% em relação a igual mês do ano anterior,
30,6% no acumulado do ano e 17,6% em doze meses. Considerada a série
dessazonalizada pelo Banco Central, as exportações recuaram 6,3% em relação a
setembro, acumulando contração de 0,2% no trimestre finalizado em outubro, ante
o encerrado em julho.
50. De acordo com o LSPA,
do IBGE, referente a outubro, a safra de grãos do país deverá totalizar 186,8
milhões de toneladas em 2013, variando 15,4% em relação a 2012 e -0,1% em
relação ao levantamento de setembro. A projeção para o ano reflete,
principalmente, o aumento de 23,8% estimado para a produção de soja,
seguindo-se os prognósticos de crescimento de 12,9%, 11,5%, 4,9% e 2,7% para as
culturas de milho, trigo, feijão e arroz, respectivamente. Projeta-se,
adicionalmente, elevação de 6,2% na safra de cana-de-açúcar e retrações
respectivas de 14,2% e 6,9% nas de laranja e de café, na mesma base de comparação.
Ainda segundo o IBGE, que elaborou o primeiro prognóstico para a safra de 2014,
estima-se que a produção de grãos atingirá 184,2 milhões de toneladas, 1,4%
inferior à projetada para 2013, influenciada principalmente pela retração
esperada de 10,3% na produção de milho, parcialmente compensada pela elevação
estimada de 6,1% para a cultura da soja.
51. De acordo com a
Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, a receita nominal do setor cresceu
9,6% em setembro, ante igual mês de 2012, após variações de 6,6% em agosto e de
9,1% em julho. O crescimento interanual de setembro repercutiu, em especial, o
desempenho do segmento transportes e serviços auxiliares aos transportes e
correio, 12,1%. No acumulado do ano até setembro, a receita nominal do setor de
serviços aumentou 8,4%, com destaque para o segmento de transportes e serviços
auxiliares aos transportes e correio, 10,9%, e serviços prestados às famílias,
10%.
52. O Índice de Confiança
do Consumidor (ICC), considerados os dados dessazonalizados da Sondagem de
Expectativas do Consumidor, da FGV, de abrangência nacional, atingiu 112,8
pontos em novembro. A elevação de 1% em relação a outubro refletiu variações de
1,4% no Índice de Expectativas (IE) e de -0,2% no Índice da Situação Atual
(ISA). O ICC recuou 6,1% em relação a novembro de 2012, resultado das quedas de
11,6% no ISA e de 2,5% no IE.
53. O ICS, da FGV,
considerados dados dessazonalizados, atingiu 116,1 pontos em outubro. A
retração de 0,2% em relação a setembro refletiu variações de -0,5% no IE e de
0,3% no ISA. O ICS recuou 4,7% em relação a outubro de 2012, resultado das
reduções de 5,3% no IE e de 4,1% no ISA.
54. O ICOM, calculado
pela Sondagem Conjuntural do Comércio, da FGV, atingiu 125,2 pontos em outubro.
A retração mensal de 4,9%, em relação ao mesmo mês de 2012, decorreu dos recuos
de 10,2%, no Índice de Situação Atual (ISA-COM) e de 1,4% no Índice de
Expectativas (IE-COM). O ICOM registrou contração de 3,9% no trimestre
encerrado em outubro, em relação ao mesmo período de 2012, resultado das quedas
de 5,6% no ISA-COM e de 2,9% no IE-COM.
55. O ICI, considerados
dados dessazonalizados da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação,
da FGV, atingiu 99 pontos em novembro. A expansão mensal de 1,2% foi resultado
dos aumentos de 1,8% no ISA e de 0,6% no IE. O indicador recuou 6,5% em relação
a novembro de 2012, refletindo retrações de 5,9% no ISA e de 7,1% no IE.
56. O Índice de Confiança
da Construção (ICST), calculado pela Sondagem Conjuntural da Construção, da
FGV, atingiu 115,9 pontos em novembro. A retração de 3,7% em relação a igual
mês de 2012 refletiu reduções de 5,7% no Índice de Situação Atual (ISA-ICST) e
de 1,8% no Índice de Expectativas (IE-ICST). O ICST também registrou retração
de 3,7% no trimestre finalizado em novembro comparativamente ao mesmo período
de 2012, em decorrência das contrações de 5,9% no ISA-ICST e de 1,7% no
IE-ICST.
57. Segundo dados
divulgados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do MTE,
foram gerados 94,9 mil empregos formais em outubro, ante 67 mil em igual mês de
2012, dos quais 52,2 mil no comércio, 33,5 mil na indústria de transformação e
32,1 mil em serviços, parcialmente compensados pela contração de 22,7 mil
postos na agropecuária. No acumulado do ano foram abertos 1,1 milhão de
empregos e no período de doze meses encerrado em outubro, 681,8 mil, ante 1,3
milhão e 953,7 mil, respectivamente, para períodos equivalentes em 2012. O
nível de emprego formal registrou aumento mensal de 0,2% em relação a setembro,
considerados dados dessazonalizados pelo Banco Central.
58. A taxa de desemprego
atingiu 5,2% em outubro, redução de 0,2 p.p. em relação a setembro e de 0,1
p.p. comparativamente a outubro de 2012, de acordo com a PME do IBGE, realizada
nas seis principais regiões metropolitanas do país. O resultado mensal refletiu
aumentos de 0,4% da população ocupada, superior ao da População Economicamente
Ativa (PEA), 0,1%. Em relação a outubro de 2012, a ocupação recuou 0,4%, ante
elevação de 0,1% em setembro, na mesma base de comparação. A taxa de
desemprego, ajustada sazonalmente, diminuiu de 5,4% em setembro para 5,3% em
outubro. Segundo a mesma pesquisa, o rendimento médio real habitualmente recebido
pelos trabalhadores declinou 0,1% no mês e aumentou 1,8% na comparação
interanual, enquanto a massa salarial real - definida como o produto do número
de pessoas ocupadas pelo rendimento médio real habitual do trabalho principal -
variou 0,2% e 1,4%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.
59. O saldo total de
crédito do sistema financeiro, incluindo-se as operações com recursos livres e
direcionados, atingiu R$2.610 bilhões em outubro, com expansões de 0,5% no mês
e de 14,7% em doze meses. A relação crédito/PIB recuou 0,1 p.p. em relação a
setembro, ao alcançar 55,4%, e cresceu 3 p.p. comparativamente a outubro de
2012. O saldo de operações com recursos livres, equivalente a 56,2% do estoque
total do sistema financeiro, cresceu 0,2% no mês e 8% em doze meses, refletindo
variações de 0,6% e 8,1%, respectivamente, no saldo das operações com pessoas
físicas, e de -0,3% e 7,8% no relativo a pessoas jurídicas. Os financiamentos
com recursos direcionados apresentaram acréscimos respectivos de 0,9% e 24,6%,
nas mesmas bases comparativas, com destaque para os aumentos de 1,9% e 28,8%,
respectivamente, do crédito rural, e de 2,2% e 34,5% dos financiamentos
imobiliários, destinados a pessoas físicas, e de 1,7% e 25,9%, na ordem, dos
financiamentos imobiliários, entre as operações destinadas a pessoas jurídicas.
60. A taxa média de juros
das operações de crédito do sistema financeiro atingiu 19,8% a.a. em outubro,
elevação de 0,4 p.p. em relação a setembro e de 0,8 p.p. ante outubro de 2012.
A taxa média atingiu 26,1% nas operações com pessoas físicas, com variação de
0,6 p.p. no mês e em doze meses, e 14,8% no segmento de pessoas jurídicas, com
expansões de 0,1 p.p. no mês e 0,8 p.p. ante igual mês de 2012.
61. O prazo médio geral
das concessões de operações de crédito atingiu 95,6 meses em outubro, recuando
1,1 mês em relação a setembro e aumentando 8 meses na comparação com outubro de
2012. No segmento de pessoas físicas, o prazo médio situou-se em 136,1 meses,
elevando-se 1,2 mês e 17,1 meses, respectivamente. No segmento de pessoas
jurídicas, o prazo médio alcançou 63,7 meses, com retração de 3,3 meses em
relação a setembro e acréscimo de 0,2 mês relativamente a outubro de 2012.
62. A taxa de
inadimplência do sistema financeiro, correspondente às operações com atrasos
superiores a noventa dias, atingiu em 3,2% em outubro, recuando 0,1 p.p. em
relação a setembro e 0,7 p.p. ante outubro de 2012. Os indicadores referentes
às operações com pessoas físicas e jurídicas situaram-se em 4,6% e 2%,
respectivamente, em outubro, com redução de 0,2 p.p. e estabilidade em relação
a setembro e com recuos de 1,2 p.p. e 0,4 p.p., na ordem, em doze meses.
63. A recuperação da
economia mundial se mantém em ritmo moderado, ressaltando-se a aceleração nos
EUA, no Reino Unido e na China. No terceiro trimestre, as variações trimestrais
anualizadas do PIB atingiram 9,1% na China, 3,2% no Reino Unido, 2,8% nos EUA,
1,9% no Japão e 0,4% na Área do Euro, ante variações respectivas de 7,8%, 2,7%,
2,5%, 3,8% e 1,1% no trimestre anterior. O PMI composto global atingiu 55,5 em
outubro, maior nível desde fevereiro de 2011, sugerindo aumento na taxa de
crescimento global. Nos EUA, o mercado de trabalho segue em lenta recuperação.
Em outubro, a despeito da geração de 204 mil postos de trabalho não rurais, a
taxa de desemprego elevou-se para 7,3%, de 7,2% em setembro. No mercado
imobiliário registra-se contínua elevação nos preços dos imóveis residenciais.
No entanto, a alta nas taxas das hipotecas representa risco para essa
recuperação. A Área do Euro cresceu pelo segundo trimestre consecutivo, embora
em menor ritmo. A taxa de desemprego seguiu na máxima histórica, 12,2% em
setembro. Em outubro, o PMI composto recuou para 51,9, de 52,2 em setembro,
permanecendo, pelo quarto mês consecutivo, em nível indicativo de expansão,
enquanto o índice de sentimento econômico, ainda em patamar baixo, expandiu-se
pelo sexto mês consecutivo. No Japão, o crescimento do PIB desacelerou-se pelo
segundo trimestre consecutivo, no entanto, as exportações recuperaram-se em
outubro, beneficiadas pelo aumento das vendas para EUA, União Europeia e China.
Ao mesmo tempo, o PMI composto japonês, em 56 pontos, alcançou o maior valor da
série histórica. Os investimentos fixos do setor empresarial registraram alta,
beneficiados pelo crescimento dos lucros corporativos, mas o consumo privado
continuou em desaceleração. Na China, o PMI manufatureiro registrou média de 50,7
no bimestre outubro-novembro, ante 49,3 no trimestre encerrado em setembro.
64. Desde a última
reunião do Copom, os mercados acionários registraram ganhos expressivos
nas economias avançadas, enquanto nas economias emergentes o comportamento foi
mais volátil, fruto de incertezas associadas ao crescimento nessas economias e
ao início da redução dos estímulos monetários (tapering) por parte do Federal
Reserve (Fed) dos EUA. Nesse ambiente de incertezas, os rendimentos anuais
dos títulos de dez anos do Tesouro dos EUA seguiram em tendência de baixa até a
solução, ainda que parcial, do impasse fiscal naquele país, quando alcançaram
2,50% em 23 de outubro retornando a uma trajetória de alta na sequência, tendo
atingido 2,80% em 20 de novembro. O dólar recuou ante as moedas da Coreia,
México e Reino Unido; e valorizou-se em relação às moedas da Austrália, Japão,
África do Sul, Brasil, Chile, Índia e Turquia.
65. No mercado
internacional de commodities, as
agropecuárias recuaram, refletindo o progresso da colheita de grãos nos Estados
Unidos e do plantio de grãos na América do Sul, e a oferta global confortável
de açúcar, café e algodão. Nas commodities
metálicas, destaque-se o avanço nos preços de minério de ferro e o recuo nos de
alumínio. No segmento de energéticas, ressalte-se o aumento do preço do barril
de petróleo do tipo Brent, refletindo
a redução da produção na Líbia e o recrudescimento das tensões no Iraque.
66. De acordo com o International Financial Statistics, do
Fundo Monetário Internacional (FMI), a variação anual do IPC global declinou
para 3,2% em setembro, de 3,6% em julho, refletindo a desaceleração nos
aumentos de preços nas economias avançadas, de 1,6% para 1,2%, e nas em
desenvolvimento, de 6,6% para 6,2%, respectivamente, em julho e setembro. Em 7
de novembro, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a sua principal taxa de juro
(main refinancing rate) em 0,25 p.p.,
para a nova mínima histórica de 0,25% ao ano. Os bancos centrais de EUA, Japão
e Reino Unido conservaram as respectivas taxas de juro oficiais nas mínimas
históricas, assim como o tamanho dos seus programas de compras de ativos, ao
tempo em que as autoridades monetárias de Chile, Hungria, México, Peru, Romênia
e Tailândia ampliaram a postura expansionista de suas políticas, reduzindo suas
respectivas taxas básicas. Em sentido contrário, os bancos centrais da Índia e
da Indonésia elevaram suas taxas de juro básicas.
Comércio
exterior e reservas internacionais
67. A balança comercial
brasileira apresentou deficit de
US$224 milhões em outubro, resultado de exportações de US$22,8 bilhões e
importações de US$23 bilhões. O deficit
acumulado no ano somou US$1,8 bilhão ante superavit de US$17,3 bilhões em
igual período de 2012, refletindo retração de 1,4% das exportações e aumento de
8,8% das importações, consideradas as médias diárias. A corrente de comércio
totalizou US$402,8 bilhões nos dez primeiros meses do ano, expansão de 3,5% na
comparação com o mesmo período de 2012, pelo critério de média diária.
68. As reservas
internacionais no conceito de liquidez, que inclui linhas com recompra,
totalizaram US$376,9 bilhões em outubro, aumento de US$851 milhões no mês e
redução de US$1,7 bilhão no ano. No conceito caixa, o estoque totalizou
US$364,5 bilhões, redução de US$4,1 bilhões em relação a setembro e de US$8,6
bilhões comparativamente a dezembro de 2012. Em outubro, as liquidações de
operações de linhas com compromisso de recompra somaram vendas de US$5 bilhões,
enquanto o estoque dessas operações totalizou US$12,4 bilhões.
Mercado
monetário e operações de mercado aberto
69. Após a reunião do
Copom de outubro, a curva de juros doméstica apresentou elevação em toda a sua
extensão, com destaque para o trecho longo. No âmbito interno, a expectativa do
mercado para a continuidade do ciclo de ajuste da taxa básica, preocupações em
relação à condução da política fiscal e rumores de revisão da nota de crédito
do Brasil pelas agências de classificação de risco influenciaram a alta das
taxas. No cenário externo, contribuíram para o movimento a expectativa de
alteração da política monetária nos Estados Unidos, a valorização do dólar em
âmbito global e a elevação das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano.
Entre 7 de outubro e 25 de novembro, as taxas de juros de um, de três e de seis
meses aumentaram 0,48 p.p., 0,54 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente. As taxas
para os prazos de um, de dois e de três anos subiram 0,82 p.p., 1,04 p.p. e
0,99 p.p., respectivamente. A taxa real de juros, medida pelo quociente entre a
taxa nominal de um ano e a expectativa de inflação (suavizada) para os próximos
doze meses, apresentou elevação, de 3,54% em 7 de outubro para 4,42% em 25 de
novembro, devido, principalmente, à elevação das taxas de juros nominais.
70. No período de 8 de
outubro a 25 de novembro, o Banco Central realizou leilões de swap cambial tradicional com vencimentos
entre março e outubro de 2014. Essas operações totalizaram o equivalente a
US$27,5 bilhões, dos quais US$14,0 bilhões referentes à rolagem de contratos de
vencimento em 1º de novembro e 2 de dezembro de 2013. Em 25 de novembro, o
saldo líquido passivo em câmbio do Banco Central, nesse instrumento, alcançou o
equivalente a US$66,1 bilhões em valor nocional.
71. Na administração da
liquidez do mercado de reservas bancárias, o Banco Central realizou, de 8 de
outubro a 25 de novembro, diariamente, operações compromissadas de prazo de
três meses, tomando recursos no valor total de R$55,3 bilhões e, semanalmente,
operações compromissadas de prazo de seis meses, tomando recursos no valor
total de R$1,6 bilhão. O saldo diário médio do estoque das operações de longo
prazo aumentou de R$265,9 bilhões, entre 27 de agosto e 7 de outubro, para
R$267,4 bilhões, entre 8 de outubro e 25 de novembro. No mesmo período,
realizou operação compromissada com prazo de 34 dias úteis, no montante de
R$311,7 bilhões. O Banco Central atuou, ainda, por meio de operações
compromissadas tomadoras de recursos de curtíssimo prazo, em 34 ocasiões. O saldo
diário médio tomador dessas operações de curtíssimo prazo foi de R$84,7 bilhões
no período. O saldo diário médio do estoque total dos compromissos de recompra
do Banco Central recuou de R$700,3 bilhões, entre 27 de agosto e 7 de outubro,
para R$666,7 bilhões, entre 8 de outubro e 25 de novembro. Considerando-se o
período entre 7 de outubro a 25 de novembro, o estoque dos compromissos de
recompra diminuiu de R$691,7 bilhões para R$631,9 bilhões. Os principais
fatores que contribuíram para a contração da liquidez foram a emissão líquida
de títulos pelo Tesouro Nacional e as receitas líquidas da União.